É evidente que nós mulheres já conquistamos muitos espaços ao longo do tempo, mas por que ainda temos de lutar? Ainda persistem muitas formas sutis de desigualdade que afetam diariamente o público feminino. Um dos assuntos pobremente discutido é o chamado “Pink Tax” ou em português, “Taxa Rosa”, que tem origem na discriminação de preços, reflexo do preconceito de gênero enraizado em nossa sociedade. O imposto rosa não é realmente um tipo de tributo estabelecido para remunerar serviços, ou seja, não é governamental, isso quer dizer que ele é na realidade uma ação econômica que afeta significativamente as adquirentes. De acordo com a Scielo Brazil e uma parceria feita com a Escola Superior de Propaganda e Marketing, o surgimento dessa notável segregação financeira pode remeter a Crise de 1929, onde os estabelecimentos comerciais buscavam atrair o público masculino, e portanto, os preços eram menores. Posteriormente, começaram a investir na produção de itens direcionados às mulheres, porém, os custos de fabricação eram altos, o que acarretou em um valor maior no produto final. Embora a expressão carregue a cor “rosa”, ela não se limita apenas a produtos de tal cor, mas também em serviços.
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Diversos produtos e serviços são taxados de maneira desigual quando direcionados às mulheres, mesmo quando eles são equivalentes aos masculinos, ou seja, mesmo quando possuem as mesmas funcionalidades. A manobra econômica Taxa Rosa, reflete padrões patriarcais e um mundo construído e que, de muitas formas, mostra que ser mulher é verdadeiramente mais caro, ou seja, que o feminino é de fato, desvalorizado. A Taxa Rosa está presente em muitos aspectos do cotidiano feminino, como mostra uma pesquisa feita pela ESPM, que revela principalmente que itens de higiene como lâminas e desodorantes, serviços como cortes de cabelo, itens básicos como roupas e calçados, e até mesmo brinquedos, são 12,3% mais caros do que os masculinos. Tal fato demonstra como a Taxa Rosa afeta não somente mulheres mais velhas, mas sim toda a faixa etária. Toda essa discrepância possui algumas “justificativas” questionáveis. Inúmeras produtoras, marcas e empresas manipulam o marketing baseando-se no “essencialismo”, alegando que homens e mulheres são diferentes, e por isso, necessitam de produtos distintos. Sendo assim, “é comum” que bens voltados ao público feminino sejam mais caros, pois foram FEITOS para elas que, tendem a aceitar sem questionar a discriminação de gênero. Em suma, a Taxa Rosa não se limita apenas na cor rosa ser mais cara que a azul, é sobre impor padrões e valores altos baseando-se apenas no gênero feminino. É indispensável que medidas sejam tomadas para cessar tal problema. Mas afinal, como evitar essa artimanha comercial?
Opte por produtos masculinos ou unissex; compre online e compare publicidades; não se prenda a marcas; peça preços iguais se os serviços forem semelhantes.